quinta-feira, 16 de junho de 2011

Estamos dispostos? – Um reavivamanto a piedade primitiva é nossa mais urgente necessidade

29 de Março de 2011 – Silver Spring, Maryland, Estados Unidos…Ted N. C. Wilson

Uma das maiores perguntas que enfrenta a Igreja Adventista hoje é. Estamos dispostos a sairmos de nossa zona de conforto e comodidade para permitir que Deus faça o que é necessário para preparar a cada um de nós através de um verdadeiro reavivamento pessoal e corporativo, para uma mudança ou reforma em nossas vidas e assim sermos mais semelhantes a Jesus e recebermos a chuva Serôdia?

Tudo isso só pode ocorrer através do poder do Espírito Santo. A resposta para esta questão é sua escolha e minha. Como todos sabemos, Deus não nos obriga a cumprir seus desejos. Ele convida, incentiva, e insiste conosco para respondermos aos seus conselhos e desejos. Nos últimos meses o chamado para reavivamento e reforma tem chegado para a igreja em todo o mundo através de nossos líderes. Qual tem sido sua reação?

Há mais de 100 anos, Ellen G White, a serva do Senhor, disse, “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação” (RH, 22 de março, 1887).

Ainda é nossa maior necessidade, e ainda deve ser nossa primeira ocupação, pois Jesus não veio. Como estamos fazendo aquilo que deveria ser nosso primeira ocupação e compreendendo a nossa maior necessidade? O modelo da igreja apostólica, como se prepararam para o Pentecostes nos ajuda hoje.

Antes de subir ao céu, Jesus disse aos seus discípulos que eles receberiam poder para cumprir a missão que lhes tinha dado. Em Lucas 24:49 (NVI) Ele disse: “Agora eu vos enviarei o que meu Pai prometeu, mas permaneçam na cidade até que sejais revestidos do poder do alto”.

Estas palavras são reforçadas em Atos 1:5,8 (NVI), “Pois João batizou com água, mas dentro de poucos dias vocês serão batizados com o Espírito Santo. Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”

Jesus disse aos seus discípulos para voltarem para Jerusalém e esperar pelo poder que viria do pai. O período de espera foi de cerca de 10 dias, mas eles não colocaram os pés sobre a mesa para esperar de forma ociosa. Foi, sim, um tempo de intensa preparação. Lucas nos dá uma visão ligeira daquilo que foi feito: ” Todos eles se reuniam sempre em oração, com as mulheres, inclusive Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus. ” (Atos 1:14 (NVI). Ele faz essa observação adicional: ” Chegando o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos num só lugar.”(Atos 02:01 NVI).

Ellen White vai além e explica esta experiência de forma mais completa: “Foi pela confissão e pelo abandono do pecado, por meio de fervorosa oração e da entrega pessoal a Deus, que os discípulos se prepararam para o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecoste. O mesmo trabalho, apenas em grau mais elevado, deve ser feito agora.” (TM, p. 507)

Temos as ordens, Deus está esperando para derramar seu Espírito Santo sobre seu povo remanescentes que lhe dará poder para terminar a obra de pregar as três mensagens angélicas. A obra feita pelos discípulos deve ser feita por nós, só que em maior grau. Não podemos receber este poder a menos que estejamos dispostos a sair de nossa zona de conforto e permitir ao Espírito fazer o trabalho dentro de nós que nos colocará em uma posição para receber o poder. Que trabalho temos que fazer? Confissão, é-nos dito, pedir perdão pelos pecados, fervorosa oração e consagração a Deus.

Ainda devemos responder a pergunta, estamos dispostos a sair da nossa zona de conforto e confessar e abandonar nosso pecados, orar com fervor por nos mesmos e com nossos irmãos e irmãs pelo poder prometido, e consagra-nos a nós mesmos a Deus e a Ele somente? Só você e eu podemos responder essa pergunta de forma pessoal.

Em mensagens posteriores insistiremos mais sobre a experiência dos discípulos quando se preparavam para o Dia de Pentecostes. Lucas nos diz que eles se reuniam para orar. Mas o que mais fizeram? É uma chave para sabermos por que Deus quer que insistamos com Ele por reavivamento e reforma, e, a chuva serôdia do Espírito Santo, em antecipação da vinda iminente de Cristo.

Ted N. C. Wilson
Presidente Mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Artigo original em: http://www.revivalandreformation.org

Nota ReR: Quem tem acompanhado a movimentação mundial da igreja em apelar a seus membros por um despertamento incomum, o chamado reavivamento e reforma, tem percebido que o pastor Ted Wilson tem trabalhado arduamente para que a promessa seja cumprida em nossos dias. Ele tem visitado campos pessoalmente, a exemplo do Brasil onde já fez reunião com todos os presidentes de associações da America do sul e em maio fará um outro encontro, desta vez com todos os pastores distritais da America do sul.

Este reavivamento deverá ser do povo adventista, mas o povo adventista é composto por indivíduos, eu e você. Diversas iniciativas tem sido propostas pela Conferencia Geral mas a realidade do reavivamento verdadeiro está em nós, em nossa vida pessoal. Deus está fazendo o convite, o pastor Ted Wilson está fazendo o convite, nós, do site reavivamentoereforma.com temos apelado para você. Junte-se a nós, ore fervorosamente pela preparação necessária, ore fervorosamente pelo recebimento do Santo Espírito em plenitude, ore para que Deus levante reformadores sábios e sinceros, que como no passado, sejam ganhadores de almas, resgatadores de perdidos. Deus quer te levantar com um desses homens, ou usar suas orações para erguer homens e mulheres que sejam segundo o Seu coração.

Siga-nos no twitter e propague o conteúdo que achar relevante para o crescimento do povo do Senhor.

Replique em seu blog as iniciativas que estão em nosso site e no site revivalandreformation.org

Participe da iniciativa “777 – Comunidade Mundial de Oração pelo Espírito Santo“.

Coloque no mural de sua igreja o cartaz sobre a iniciativa 777 que está disponível em nosso site.

Fale para os irmãos de sua igreja que não possuem acesso a internet sobre o que tem ocorrido, leve para ele uma cópia do documento oficial Apelo urgente por reavivamento, reforma, discipulado e evangelismo.

Meu querido irmão, se envolva nesse movimento, é desejo de Deus que a profecia se cumpra em nós, que responderemos a Ele?

Precisamos avançar, pois estamos na fronteira de Canaã.

Jesus breve vira!!!

Chamado para Reavivamento

Há poucos dias, voltei do concílio anual da Associação Geral, nos Estados Unidos, onde a cada ano se reúnem mais de 300 líderes, pastores e membros, representando a Igreja em todo o mundo. Este foi o primeiro concílio dirigido pelo novo presidente, pastor Ted Wilson.

Aqueles que acompanharam a eleição e as primeiras palavras do pastor Wilson, no fim do mês de junho em Atlanta, lembram que ele foi muito claro em definir suas convicções. Sua visão apresentava a necessidade de levar a Igreja a um movimento de reavivamento e reforma, buscando o Espírito Santo e a chuva serôdia. Ele também reafirmou a importância e aprofundarmos o estudo da Bíblia, a oração e a confiança nos escritos inspirados de Ellen G. White. E, ao final, destacou a necessidade de mantermos a visão do povo remanescente, que se preparadiariamente para a volta de Jesus e cumpre a missão, preparando outras pessoas para terem essa mesma esperança.

Quando cheguei ao concilio anual, fiquei positivamente surpreso ao ver que suas palavras e sua visão, no momento da eleição, se tornaram a pauta para todo o andamento das reuniões. Ele liderou um movimento de comunhão, oração e reavivamento que uniu os servidores da sede mundial da Igreja e os participantes das reuniões. O tempo separado para as atividades espirituais foi maior do que o dos encontros anteriores. As mensagens espirituais foram intensas, profundas e apelativas, e todos foram envolvidos em momentos de oração e testemunho. Tudo aconteceu em um clima de equilíbrio, mas também de profundidade.

Como participante, pude sentir o quanto preciso crescer em minha caminhada com Deus. Observei também a reação dos representantes das diferentes regiões do mundo e de nossa delegação sul-americana. Foi impressionante ver como todos abriram o coração e aceitaram o desafio de uma vida espiritual mais intensa. Ao final, tive o claro sentimento de que a Igreja está iniciando um novo momento, aguardado e profetizado por Deus. Um momento de unidade e ação integrada.

Quero desafiar você a priorizar este movimento. É um chamado mundial, mas também pessoal, que Deus está fazendo a Seu povo: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo, deve ser nossa primeira ocupação” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121). Você pode fazer isso de diferentes maneiras, mas na América do Sul, a Jornada Espiritual tem sido o principal caminho para esse despertar espiritual, e queremos intensificá-la ainda mais. Nosso sonho é ver cada membro, líder e pastor colocando como prioridade sua busca a Deus na primeira hora de cada dia, buscando o batismo do Espírito Santo e experimentando o reavivamento prometido. O conselho inspirado é claro: “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço.” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 70).

Quando este reavivamento aconteceu na igreja cristã primitiva, os discípulos, “pondo de parte todas as divergências, todo o desejo de supremacia, uniram-se em íntima comunhão cristã. [...] Compreendiam que o evangelho devia ser proclamado ao mundo, e reclamavam o poder que Cristo prometera” (Atos dos Apóstolos, p. 37). “Mediante a cooperação do Espírito divino, os apóstolos fizeram uma obra que abalou o mundo. O evangelho foi levado a todas as nações numa única geração” (Ibid., p. 593).

Veja como o despertamento, reavivamento e reforma geram uma reação imediata de unidade e compromisso com a missão. Foi assim com a igreja primitiva. Mas isso vai acontecer de maneira ainda maior em nossos dias, na chuva serôdia. “Antes de os juízos finais de Deus caírem sobre a Terra, haverá, entre o povo do Senhor, tal avivamento da primitiva piedade como não fora testemunhado desde os tempos apostólicos. O Espírito e o poder de Deus serão derramados sobre Seus filhos […] a fim de preparar um povo para a segunda vinda do Senhor” (Ellen White, O Grande Conflito, p. 464).

Por favor, participe deste reavivamento, intensificando sua vida de comunhão e busca pelo Espírito Santo, mas também aprofundando seu compromisso com a missão de preparar um povo para o encontro com o Senhor.

Erton Köhler é presidente da Divisão Sul-Americana.
Artigo publicado na revista Adventista – Novembro 2010

Paulista do Vale reúne 700 anciãos para estudar o Reavivamento e Reforma

Com o tema “Reavivamento e Reforma”, cerca de 700 anciãos, diretores e diretoras de grupo das 245 congregações situadas na região administrada pela Igreja no Vale do Paraíba se reuniram de 21 a 23 de janeiro na “Estância Árvore da Vida”, em Sumaré, com o principal objetivo de criar um ambiente espiritual inspirador e motivador para nossa igreja do Vale.

Assuntos importantes foram estudados em pequenos grupos e seminários, com o objetivo de criar uma consciência para o tempo em que estamos vivendo e a necessidade de um preparo maior e melhor para a terminação da obra de Cristo nesta terra. O documento “Apelo Urgente por Reavivamento, Reforma, Discipulado e Evangelismo”, foi estudado e discutido em pequenos grupos. Após estudo e muita oração, todos os participantes fizeram publicamente, em uma só voz, o compromisso de viver diariamente sob a influência do Espírito Santo.

Pastor Edison Choque, Missão Global da IASD para a América do Sul, em seu sermão da manhã do sábado apelou a todos para entregar a vida a Deus e buscar d’Ele a garantia necessária para realizar a Missão.

O Pastor Ronaldo de Oliveira, presidente da Paulista do Vale, deixou claro que “A base de toda reforma é o Reavivamento; aliás, quando os dois não correm juntos, teremos prejuízo para o Reino de Deus. Aqui pudemos ver que espiritualidade funciona mesmo. Ela vem primeiro e as demais coisas são acrescentadas com menor esforço”.

Cinco aulas foram apresentadas para elucidar e confirmar o propósito de Deus para sua igreja: JN Andrews e a Primeira Igreja, com o pastor Edison Choque; Liderança Cristã, apresentada pelo pastor Domingos José de Sousa; Reavivamento e Reforma no Contexto da Chuva Serôdia, tema do Pr. Edilson Valiante e por fim as “Características de Igrejas Saudáveis”, seminário de crescimento de igreja apresentado pelo pastor Berndit Wolter, do UNASP. clique aqui para baixar os arquivos

O presidente da Igreja Adventista para o estado de São Paulo, Pr. Domingos, deu ênfase sobre o plantio de igrejas. Ocasião em que mencionou a entrega de quarenta maquetes à Paulista do Vale, uma para cada um dos trinta e nove distritos pastorais e uma para Associação Paulista do Vale.

O Ministerial dos pastores para o Vale do Paraíba e organizador do evento, pastor Luiz Sena, mencionou: “De alto nível espiritual e interativo este encontro concedeu aos participantes a motivação para o crescimento espiritual sendo agentes da esperança em meio à comunidade e a própria igreja. O entusiasmo e a gratidão dos anciãos e diretores de grupo ao final do Concílio revelou também um sincero desejo do verdadeiro reavivamento e reforma na própria vida”, afirmou.

A oração foi, sem dúvida, o ponto alto do programa. O “Mover da Oração” trouxe aos participantes, nas reuniões e nos momentos livres, um sentido claro da presença de Deus para abençoar a todos e também as ações planejadas para 2011.

Para o ancião Paulo César Nunes, que exerce a atividade na igreja do Monte Carmelo – distrito de Bela Vista em Guarulhos, “o evento foi um banquete espiritual oferecido ao nosso grupo de anciãos que saiu fortalecido, entusiasmado e pronto para o trabalho em prol da causa do Senhor. Desejamos que os objetivos e metas lançados possam ser alcançados para honrar e abreviar a volta de nosso Salvador Jesus Cristo”.

É Tempo de Reavivamento e Reforma – Pr.Otimar Gonçalves

Eu creio que estamos no limiar da crise dos séculos. Como povo de Deus, devemos nos preparar individualmente e também preparar um povo especial para encontrar Jesus que, no meu entender, está às portas. Temos reservado tempo para Deus? Temos sido fiéis a Deus em cada aspecto da nossa vida?

Filhos e filhas de Deus do Estado de Alagoas, estamos vivendo em tempo emprestado pelo Senhor do tempo! A impiedade se alastra no mundo inteiro e em especial em nosso país, pois, acabamos de sair, ou melhor, ver a chamada festa da carne – o carnaval. Ainda bem que tivemos lindos retiros espirituais para os nossos jovens.

Precisamos de uma ‘porção dobrada’ do Espírito Santo de Deus em nossa vida, é tempo de consagração, é hora de oração, precisamos ler mais a Bíblia Sagrada e o Espírito de Profecia. Acabo de ler na Internet sobre um tsunami e um terremoto na Ásia. A natureza está doente, a terra está dando o ‘troco’; ‘a terra está contaminada por causa dos seus moradores’. (Isa 24:1,5)

Leiamos com atenção e reverência, o que diz a profetisa do Senhor em relação aos terremotos e inundações:

“Foi-me mostrado que existe em nosso mundo um terrível estado de coisas. O anjo da misericórdia está dobrando as asas, prestes a partir. A lei de Deus é invalidada. Vemos e ouvimos de confusão e perplexidade, privação e fome, terremotos e inundações; terríveis atrocidades serão cometidas por homens; a paixão, não a razão, exerce o domínio…

…A ira de Deus incide sobre os habitantes do mundo, que rapidamente se estão tornando tão corruptos como eram os habitantes de Sodoma e Gomorra. Incêndios e inundações já estão destruindo milhares de vidas e as propriedades que têm sido acumuladas egoistamente pela opressão dos pobres. O Senhor logo abreviará a Sua obra e porá fim ao pecado. Oh! que as cenas que me foram apresentadas das iniqüidades praticadas nestes últimos dias, possam causar profunda impressão na mente do professo povo de Deus!” Maranata o Senhor Vem – MM – 1977, pág. 135

Deus está procurando um povo fiel e obediente (Salmo 101:6).

Deus ainda está exercitando a sua imensa misericórdia. Até quando? Não sabemos. Pois, um dia, tudo isso acabará. O caminho mais seguro é o da obediência à santa e imutável Lei de Deus. Oremos pela ‘porção dobrada’ em nossa família, para que sejamos fiéis em dobro.

“Quatro poderosos anjos ainda estão segurando os quatro ventos da Terra. É proibida a vinda de uma destruição terrível e completa. Os acidentes por terra e por mar; a perda de vidas, constantemente aumentando, por furacão, tempestade, desastre de estradas de ferro e guerras; as tremendas inundações, os terremotos, e os ventos serão o despertar das nações para uma luta mortal, ao passo que os anjos seguram os quatro ventos, proibindo que o terrível poder de Satanás seja exercido em sua fúria, até que os servos de Deus sejam selados em suas testas. Review and Herald, 7 de junho de 1887.” Minha Consagração Hoje – MM – 1989, pág.308

Passou da hora de evangelizarmos o nosso Estado de Alagoas, pois, o adventismo tem mais de seis décadas em Alagoas. O que vamos fazer? O que você vai fazer para nos ajudar a evangelizar o Estado de Alagoas?

Não se esqueça de que nós ainda temos 29 cidades sem a presença adventista no Estado de Alagoas. E no final desse ano de 2011 nós queremos abrir 5 novos distritos pastorais. Deus precisa de um povo fiel e focado na pregação. Deus necessita de adventistas comprometidos com a missão final da igreja.

Um abraço a + de Mil,

Feliz semana abençoada!

Pr.Otimar Gonçalves
Presidente MisAL

Entrevista – Pr. Rodrigo Silva – Reavivamento e Reforma

Rodrigo P. Silva é doutor em Novo Testamento pela Pontifícia Faculdade Nossa Senhora de Assunção (SP), especialista em Arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém e fez estudos de pós-doutorado em arqueologia pela Andrews University, nos Estados Unidos. É professor de Arqueologia e Teologia Bíblica na Faculdade de Teologia do UNASP.

1 – Qual sua impressão pessoal sobre a iniciativa do Pr Ted Wilson em direcionar a igreja mundial para os temas Reavivamento e Reforma?

Muito positiva. Mas, por mais óbvia ou politicamente correta que pareça ser minha resposta, devo acentuar que ela é verdadeira. Hoje, vivemos num tempo em que, de um modo geral, as pessoas (especialmente as de espírito pós-moderno) tendem a se opor, ou pelo menos desconfiar de tudo que parta dos líderes. Isso ocorre até mesmo fora da Igreja. Perceba que, se um gerente chega para um grupo de funcionários de uma empresa e diz: “Atenção pessoal! Hoje, às 16:00h, a diretoria convocará a todos para apresentar algumas mudanças em nosso setor!” Dificilmente haverá um clima de boa expectativa. A maioria, senão todos, pensará que se trata de um corte de funcionários, de um aumento das exigências ou de um atraso dos salários. Ninguém pensa que pode ser coisa boa. Afinal, “pode vir algo de bom da administração?”. Esse mesmo pessimismo invade nosso meio – felizmente não em todos. Alguns dentre nós, no entanto, têm por tendência desconfiar de qualquer plano que venha de cima, por mais espiritual que seja. A própria lenda urbana de que os membros terminarão a obra sem nenhuma intervenção dos pastores é um indício desse sentimento. Não creio que deva ser assim. Se um líder não faz nada, pessoas de mentalidade dissidente afirmam que ele não está cumprindo seu papel pastoral. Se faz, desconfiam que é por razões políticas, nunca espirituais. Tem gente que nunca está satisfeita com nada, sempre encontra algo para reclamar. Ora, não ignoro que as falhas existam, mas naquilo que é bom devemos apoiar nossos líderes, principalmente quando o programa que sugerem está totalmente de acordo com as recomendações da Bíblia e do Espírito de Profecia. Não creio que um projeto como este deixe de ser espiritual apenas porque veio de modo oficial e não como um movimento anônimo, não planejado de um grupo de leigos orando por reavivamento e poder. Louvo a Deus por poder testemunhar essa iniciativa como a primeira atitude administrativa do Pr. Wilson assim que foi eleito em Atlanta. Eu estava lá e vi seu sermão no sábado, foi algo realmente impressionante.

2 – Lideres adventistas anteriores também tentaram promover o Reavivamento e a Reforma da igreja no passado. Existe algo no presente que pode servir de diferencial?

Provavelmente não! Mas, se olharmos com cuidado algumas passagens bíblicas acerca do recebimento do Espírito Santo (e também alguns textos de Ellen White), veremos que a ordem divina era para um “contínuo” de busca pelo reavivamento. Algo que a igreja nunca deveria ter interrompido desde que Cristo ascendeu aos céus. Aliás, foram as interrupções que trouxeram apostasias e esfriamento da fé, senão Cristo já teria voltado. Portanto, não creio que devamos buscar uma “novidade escatológica” no programa para nos envolvermos mais seriamente com ele. Devemos lembrar que reforma e reavivamento (como a própria etimologia sugere) não significa trazer algo novo, inédito, que nunca aconteceu, mas antes “resgatar” um passado importante que, por alguma razão, se perdeu. Como crente, meu mais profundo desejo é que o Senhor volte logo e que esse seja o movimento final para vermos Cristo nas nuvens do céu. Contudo, se a despeito deste esforço coletivo da IASD, o Senhor ainda demorar mais 100 anos, não creio que erramos ou perdemos nosso tempo. Afinal, o papel da Igreja é estar continuamente buscando a presença e o poder do Espírito Santo de Deus. Infelizmente, criamos um falso conceito de que a condição imediata da Volta de Cristo sugere maior busca do Espírito por parte do crente. Não creio que deva ser assim. Não creio que Lutero tivesse menos necessidade do Espírito Santo apenas porque viveu, no mínimo, 500 anos mais distante do advento do que nós. É claro que o tempo do fim traz consigo demandas nunca antes experimentadas, mas o dever e a necessidade de se buscar o Poder do alto é uma constante em qualquer ponto que estejamos da história da Igreja de Deus. Uma pergunta que cada um de nós deveria se fazer é a seguinte: se eu soubesse que a volta de Cristo seria em uma semana, buscaria mais a presença de Deus do que se soubesse que seria daqui a mil anos? Essa é uma pergunta séria que nos leva à reflexão. Quero a Cristo em minha vida porque o amo, ou porque temo a brevidade de sua vinda?

3 – Estes assuntos são geralmente circundados de muita polêmica. Que dica você daria a um irmão leigo para que ele tenha em sua vida o verdadeiro reavivamento e a verdadeira reforma e não seja enganado por ventos de doutrinas?

Essa é uma boa pergunta. Note que ninguém falsifica uma nota de 15 reais. Uma pessoa pode até “inventar” uma nota dessas, mas nunca falsificar. Pois só se falsifica o que existe. Ademais, a principal característica do falso é a semelhança com o verdadeiro. E como reconhecer a fraude? Como distinguir um do outro? Só há um meio: conhecendo e convivendo intimamente com o verdadeiro. Deixe-me ilustrar: uma pessoa que nunca usou um tênis legítimo da Nike, um perfume francês ou um relógio Rolex, pode ir a uma banca de camelô e comprar uma imitação barata de qualquer destes produtos sem experimentar qualquer desconforto ou desagrado com a mercadoria adquirida (pelo menos no começo antes que comessem a dar defeitos). Agora, se um empresário rico, acostumado com requinte e a sofisticação for presenteado com qualquer desses produtos falsos, só de olhar ou experimentar ele notará que há algo errado. O cheiro do perfume pode até ser parecido, mas não é o mesmo que ele sentiu em Paris e o tênis e o relógio não têm jamais o conforto e o design dos originais. Cinco minutos, ou menos, são o suficiente para ele perceber que se trata de pirataria barata. A ilustração pode até parecer esnobe, mas não é. Considerando que a dádiva do Espírito de Deus é uma riqueza para o que a recebe, quem está acostumado a uma comunhão diária e pessoal com Deus é rico do poder de Cristo, logo, vai imediatamente sentir o mal gosto da farsa assim que ela se manifestar. É uma questão de feeling e bom gosto espiritual. Por isso, entendo com base na Bíblia que o discernimento no fim não virá por acúmulo de conhecimento teológico, por cultura formal, muito menos por tempo de convivência na igreja ou experiência de vida. Virá por comunhão íntima e pessoal com o Senhor. Muitos podem imitar com perfeição a voz rouca do ex-presidente Lula, mas a Dona Marisa certamente saberia distinguir a imitação do original. Jesus também falou que as suas ovelhas reconhecem a voz do bom pastor e o seguem, porque convivem com ele. São estes os “eleitos” e o Senhor jamais permitirá que o Diabo os engane.

4 – Um dos grandes problemas que circundam os temas Reavivamento e Reforma, são as desavenças entre irmãos que supostamente abraçam a mensagem e irmãos que supostamente não dão ouvidos a ela. Se eu entendo que aceitei a mensagem e tenho buscado profundamente a renovação de Deus para minha vida espiritual, qual a melhor forma de fazer com que outros tenham experiência semelhante e sejamos finalmente reavivados individualmente e como povo?

Aqui temos que distinguir algumas coisas. Primeiro, o grau de maturidade na fé que cada um vai adquirindo ao longo da santificação. Algo que é obvio para mim hoje, não o era quando eu tinha 15 anos. Algo que é óbvio para alguém nascido em São Paulo, não é necessariamente óbvio para alguém que nasceu no Cairo. Quantas vezes chegamos para um ente querido comunicando que descobrimos algo em nossa vida que precisamos urgentemente mudar e nos surpreendemos quando ele(a) nos revela: “Há tempos estou tentando lhe dizer isso, mas você insistia em não entender. Finalmente alguém abriu seus olhos”. Tudo tem seu tempo. Nosso grande problema, para citar K. Jaspers, é que queremos “julgar os outros com nosso código de valores”. Deixemos Deus ser Deus e cuidemos de nossa própria caminhada de maturidade cristã. Em segundo lugar, devemos ter em mente a diferença entre coisas que fazem parte da maturidade cristã (e, portanto, podem ser toleradas) e coisas que são claramente uma afronta ao Senhor. Eu não posso agora, em nome do grau de maturidade de cada um, admitir uma pessoa em adultério para ser oficial da igreja apenas porque, supostamente, ele não atingiu ainda o amadurecimento necessário para evitar aquele comportamento. Não é assim. “A graça, escreveu o teólogo D. Bonhoeffer, é de graça, mas não é barata”. Cuidemos com o mito da graça barata! Mas, para que não haja excessos, deve-se ter bem claro o que é minha opinião particular, meu gosto pessoal ou ainda meu estágio de maturidade cristã e o que é um claro “assim diz o Senhor” que não pode ser violado sem sérias consequências para o indivíduo e para o povo de Deus. Aos que erram, ofereça-se a misericórdia e o apoio fraterno da igreja, mas nunca a conveniência com o mal. Ainda sobre a maturidade cristã, deixe-me dizer que não se trata de uma realidade linear onde membros da igreja, quais carros de corrida, estão emparelhados uns mais à frente e outros na retaguarda. Não se trata disso. Eu posso ser mais maduro espiritualmente que meu irmão no quesito da modéstia cristã e ele ser mais maduro que eu no que diz respeito à Reforma de Saúde. Assim, até mesmo um jovem recém convertido pode, num aspecto mas não noutro, ter alcançado maior maturidade que um ancião de igreja. Quando Cristo voltar, o que importa é que estejamos ininterruptamente caminhando rumo à perfeição e não em que estágio ou velocidade estejamos de nossa caminhada. Uma palavra final quanto às diferenças doutrinárias: devemos ter em mente o que são elementos decisivos de nossa teologia (dos quais não podemos abrir mão, senão em total prejuízo de nossa identidade denominacional) e o que são pontos em aberto onde, dentro da respeitabilidade cristã e o bom senso (para que se evitem especulações descenessárias), irmãos de uma mesma igreja possam apresentar opiniões diferentes sem estarem desunidos. “No essencial”, como disse Agostinho, “devemos ter unidade, no não essencial, diversidade, porém em tudo, caridade!”. O que não podemos é ser um exército que atira em seus próprios soldados (principalmente quando estes estão feridos). Neste sentido, minha própria vida de comunhão com Deus e os frutos desta comunhão poderão ser o melhor incentivo para que meu companheiro de Igreja também busque o reavivamento pelo exemplo que viu em mim. Noutras palavras, a dica é pregar muito, mas falar apenas o essencial. Certa vez, eu li que um grama de meu exemplo vale mais que uma tonelada de meus conselhos e eu concordo com isso.

5 – Que relação existe entre o cumprimento da profecia referente ao Reavivamento e Reforma da igreja, e o cumprimento da profecia, a volta de Jesus?

Talvez essa pergunta tenha a ver com o delicado tema da tardança versus tempo determinado por Deus para juízo final. Acontece que, se atrelarmos demais a volta de Cristo ao Reavivamento, poderemos erroneamente colocar Deus muito dependente da Igreja para cumprir sua promessa. Por outro lado, se separarmos demais os eventos, tiramos toda a necessidade de preparo dos crentes e damos a impressão de que a volta de Cristo é um ato exclusivo de Deus e não a resposta a um anelo universal dos crentes. Não creio que Cristo seja um visitante indesejável que venha sem ser convidado. Para os que se perdem, pode ser assim, mas não para os fiéis. Uma tentativa simples de conciliar a aparente contradição entre “tardança” e “tempo determinado por Deus” seria a seguinte: suponhamos que eu conheça muito bem a estrada que vai de Belo Horizonte para Salvador. Em situação normal, um ônibus gastaria em torno de 23 horas de viagem de um a outro ponto do trajeto. Mas, um amigo meu está indo para lá e eu sei que no dia de sua viagem deslizamentos de terra bloquearam parte da estrada, que o ônibus está com o motor em superaquecimento e que o motorista não é dos mais experimentes. Na metade do caminho ele me liga: “Puxa, já se foram mais de 30 horas e nós ainda não chegamos nem perto de Jequié!”. Eu então lhe revelo que se as condições fossem outras ele já estaria em Salvador passeando pela praia de Itapuã. Veja, eu sei quando ele chegará, pois conheço a estrada, mas também sei quando ele “chegaria” se as condições fossem outras. Assim quando Deus diz que tem claro em sua mente o tempo determinado para a volta de Jesus, é porque ele sabe quando será esse tempo, mas quando diz que poderíamos já estar no céu, é porque sabe que se a igreja tivesse tomado outras atitudes, a viagem seria sensivelmente mais curta. É a diferença entre 40 dias e 40 anos peregrinando com os hebreus pelo deserto! E note que um dos principais, senão o principal elemento que torna nossa viagem mais ou menos demorada é justamente a tomada de decisão pela reforma e o reavivamento. Portanto, vamos fazer nossa parte e deixar os resultados com Deus.

6 – Deixe duas mensagens sobre a importância de participar desta corrente de ação em busca da benção do Santo Espírito. Uma para pastores e lideres, outra para membros leigos.

Para meus amigos de ministério, eu diria que nossa pior desgraça neste momento seria o uso meramente profissional das Escrituras. Não podemos aderir a esse programa apenas como um funcionário adere ao programa administrativo de sua empresa. Não se trata de meta de vendas nem de estratégias para obter mais clientes. É uma busca sincera e honesta por Deus que ultrapassa o simples cumprimento de um programa institucional. Somos obreiros de Cristo, chamados por Deus. Se repetirmos o discurso apenas porque o presidente falou, então não seremos nada além do que garotinhos de recado e creio, sinceramente, que Deus nos chamou para algo mais do que isso. Quanto aos irmãos leigos, deixe-me dizer que, embora existam técnicas acadêmicas que só se aprendem num curso formal de Teologia (exegese, homilética, grego etc.), no que diz respeito à pregação do evangelho e à defesa das verdades bíblicas para o tempo do fim, todos temos o mesmo papel a desempenhar. O famoso acadêmico Karl Barth dizia: “O que é a Teologia senão o crente refletindo sobre sua fé?”. Concordo com ele. Portanto não me sinto de modo algum um “técnico em Deus” (isso seria a pior das blasfêmias). Deixemos de lado qualquer tentação de rivalidade ou desconfiança em relação à obra e colaboremos com esse programa da Conferência Geral. Há pastores que erram, eu sei. Mas também há membros que erram. O que não podemos neste solene momento da história deste mundo é fixarmo-nos no erro ou nos portarmos como um bando de porcos espinhos numa noite de inverno, onde um quer se aconchegar ao outro, mas o espinho de ambos não permite. Sejamos unidos, e que o mundo sinta nesta união o calor do Espírito Santo. Afinal o que significa ser adventistas do sétimo dia? Adventistas = ele está por vir; Do Sétimo Dia = por isso eu serei fiel. Seja esse o nosso lema, o resto é comentário.

Ainda não conhece esse lindo projeto de nossa igreja? Veja agora mesmo o documento oficial, votado pela conferencia geral dos Adventistas do Sétimo dia. Apelo Urgente por Reavivamento, Reforma, Discipulado e Evangelismo.

Apelamos a cada administrador, líder de departamento, obreiro institucional, obreiro da saúde, colportor, capelão, pastor e membro da Igreja a se unir a nós em tornar o reavivamento, a reforma, o discipulado e o evangelismo as prioridades mais urgentes e importantes de nossa vida pessoal e em nossas áreas no ministério. Estamos certos de que, ao buscarmos a Deus juntos, Ele derramará Seu Espírito Santo sem medida, a obra de Deus na Terra será concluída e Jesus virá. Juntamente com o idoso apóstolo João, na Ilha de Patmos, clamamos: “Vem, Senhor Jesus!” (Apocalipse 22:20).